· Etapa 1: Atividades em sala de aula: elaborando o roteiro da entrevista
1- Nossa escola está fazendo 60 anos. Aproveite este acontecimento e escolha uma pessoa mais velha para entrevistar que tenha estudado ou trabalhado nesta escola.
2- Para facilitar a conversa com o entrevistado, elabore um roteiro de perguntas que pode ser seguido no momento da entrevista.
3- Lembre-se: as pessoas mais velhas sempre têm muitas coisas para contar e as memórias podem falar sobre vários aspectos.
4- Abaixo, temos algumas sugestões de perguntas para você fazer ao entrevistado que tenha estudado na nossa escola:
4.1- Dados pessoais:
Nome completo da pessoa entrevistada - Idade - Profissão - Cidade natal (se não nasceu em Caxias do Sul, pergunte o que a motivou a morar nesta cidade).
Nome completo da pessoa entrevistada - Idade - Profissão - Cidade natal (se não nasceu em Caxias do Sul, pergunte o que a motivou a morar nesta cidade).
4.2- Época de infância:
Como foi sua infância? Que lembranças você guarda de seus pais? Dos irmãos? Dos amigos? Dos brinquedos e brincadeiras de infância?
Como foi sua infância? Que lembranças você guarda de seus pais? Dos irmãos? Dos amigos? Dos brinquedos e brincadeiras de infância?
4.3- Do Ensino Fundamental:
Naquela época, como era a sua escola? Como era o ensino? Que lembranças você guarda dela? Que lembranças você guarda de seus colegas? E dos professores? Qual foi o fato marcante/ pitoresco que ocorreu com você ou que tenha acontecido com algum colega na época da escola? (Podes narrar mais de um fato)
Se o entrevistado trabalhou nesta escola, você pode utilizar as mesmas questões dos itens 4.1, 4.2, 4.4, porém altere as questões do item 4.3, conforme sugestão abaixo:
Em que período você trabalhou na escola? Qual era a função que você exercia na época em que você trabalhava (ou caso ainda trabalhe) na escola? Como era o ensino naquela época? Quais foram as transformações mais significativas que a escola passou desde aquela época? Que lembranças você guarda de seus alunos? E dos colegas de trabalho? Qual foi o fato marcante/ pitoresco que ocorreu com você ou que tenha acontecido com algum aluno ou colega no período em que você trabalhou na escola? (Podes narrar mais de um fato)
Naquela época, como era a sua escola? Como era o ensino? Que lembranças você guarda dela? Que lembranças você guarda de seus colegas? E dos professores? Qual foi o fato marcante/ pitoresco que ocorreu com você ou que tenha acontecido com algum colega na época da escola? (Podes narrar mais de um fato)
Se o entrevistado trabalhou nesta escola, você pode utilizar as mesmas questões dos itens 4.1, 4.2, 4.4, porém altere as questões do item 4.3, conforme sugestão abaixo:
Em que período você trabalhou na escola? Qual era a função que você exercia na época em que você trabalhava (ou caso ainda trabalhe) na escola? Como era o ensino naquela época? Quais foram as transformações mais significativas que a escola passou desde aquela época? Que lembranças você guarda de seus alunos? E dos colegas de trabalho? Qual foi o fato marcante/ pitoresco que ocorreu com você ou que tenha acontecido com algum aluno ou colega no período em que você trabalhou na escola? (Podes narrar mais de um fato)
4.4- Questões complementares (opcionais) para qualquer dos entrevistados acima: Como era o modo de vida das pessoas? Como eram as festas? Que outros acontecimentos ficaram marcados na sua memória? Quais foram as transformações mais significativas que ocorreram na localidade onde você mora / trabalha (ou morava, caso não resida / trabalhe mais no mesmo local)?
· Etapa 2: Atividade fora da escola: a entrevista.
5- No dia da entrevista, leve o roteiro com as questões selecionadas.
6- Anote ou grave o que o entrevistado contar.
7- Ao fazer as perguntas, fale devagar e com clareza.
8- Ouça com atenção o que a pessoa tem a dizer.
9- Caso não entenda algo, peça ao entrevistado, com gentileza, que repita o que disse ou que explique de outra forma.
10- Havendo oportunidade, faça outras perguntas, além das que estão no roteiro.
11- Depois de terminar a entrevista, mostre como foi importante a contribuição que ele deu.
· Etapa 3: Passando a entrevista a limpo.
12- Escreva em um ou dois parágrafos, uma apresentação do entrevistado, destacando nome, idade e adiantando algumas de suas características ou algo de sua biografia.
13- Reproduza cada pergunta e a respectiva resposta; escreva o próprio nome diante das perguntas e do entrevistado diante das respostas.
· Etapa 4: Retornando à sala de aula: editando o texto
14- Primeiramente, coloque-se no lugar do entrevistado para escrever suas memórias e narre o texto em 1ª pessoa.
15- Organize as informações mais interessantes da entrevista.
16- Transmita ao leitor não somente os acontecimentos, mas também as sensações e emoções que surgiram por meio de palavras.
17- Não esqueça que a forma de descrever, com grandes detalhes, aproxima o leitor do acontecimento narrado.
18- Preserve o jeito particular da pessoa, aquilo que ela viveu.
19- Observe os sinais de pontuação usados, podendo, inclusive, inserindo diálogos e não esquecendo de utilizar o travessão para intercalar as explicações e falas.
21- Observe também como outros autores comparam o tempo antigo com o atual e, se for o caso, faça o mesmo.
22- Identifique palavras e expressões usadas para remeter ao passado, observando o uso do pretérito perfeito e do imperfeito e, até mesmo, do pretérito mais-que-perfeito.
23- Dê à entrevista um título que desperte interesse dos leitores.
PARA VOCÊ SE INSPIRAR...
Clique em http://museudaimigracao.org.br/acervo/historia-oral/ e assista a dois vídeos com depoimento oral de imigrantes, um austríaco e uma japonesa.
Conheça mais um texto finalista de Memórias Literárias - Olimpíada de LP 2010 como exemplo: interessante e bem construído a partir de entrevista.
Da escuridão para o colorido
Aluna: Évelin Cristina Nascimento da Silva
Tristeza! É o que sinto quando abro meus olhos e vejo a mais terrível escuridão, que não cessa. O único remédio é fechá-los e deixar-me levar pelas lembranças.
Lembro-me como se fosse ontem: bem cedinho, o sol não havia nem acordado ainda, eu já estava na estrada da minha cidade Santa Branca que nem asfaltada era, pura terra, com uma brochura e alguns lápis dentro de uma sacolinha de arroz – pois nossa vida era difícil e papai só ganhava o suficiente para não morrermos de fome e frio. Enquanto caminhava, a poeira batia em meus olhos e os fazia ficar cheios d’água.
Eu ia cantarolando que nem um sabiá até chegar à escola Barão de Santa Branca,
hoje bem conhecida na cidade e antigamente a única. Recordo-me de que lá havia um muro para meninos e meninas não ficarem misturados. Bobagem! Ai de nós se tentássemos olhar para elas... A régua cantava na palma de nossas mãos, parecia que os professores sentiam prazer em fazer isso, eram rígidos demais.
Assim que saíamos da escola, eu e meus amigos íamos nadar atrás da fábrica de trigo, que hoje não existe mais – nem a fábrica, nem as águas limpas. Depois íamos jogar bola atrás do mercado municipal, onde hoje é o posto de saúde. Ficávamos parecendo tatus, a terra grudava nas roupas e na pele molhada. Depois disso dávamos mais um pulo na cachoeira, pois se chegássemos assim em casa a vara de amora era o presente para nossas pernas.
O mais engraçado era ver d. Dolores dirigindo. Se surgia uma nuvem de poeira, podíamos ter a certeza de que era ela com seu Chevrolet. Afinal, era a única mulher de Santa Branca que dirigia.
Não posso me esquecer dos cortejos: a cidade inteira seguindo um caixão, sem saber quem estava dentro. Havia uma banda que tocava para o defunto e ele tinha direito até a foto. Dá para acreditar nisso? Mamãe me dizia para não dar risadas, nem ir ver o rosto do morto, principalmente se fosse gente ruim, senão ele poderia voltar para assombrar. O sino da delegacia tocava pontualmente às 21 horas para todos se recolherem, era uma época bem perigosa. De noite a cidade era iluminada por lampião de querosene – isso a deixava mais sombria.
Foi minha melhor época, mas hoje sou velho, e a cegueira tomou conta dos meus olhos.
Tenho saudade do colorido que hoje só vejo em minha mente através das lembranças do passado. Escuridão é o que eu vejo, mas jamais sairá de mim a magia de recordar.
(Texto baseado na entrevista feita com o sr. Sarkis Ramos Alwan, 41 anos.)
Não posso me esquecer dos cortejos: a cidade inteira seguindo um caixão, sem saber quem estava dentro. Havia uma banda que tocava para o defunto e ele tinha direito até a foto. Dá para acreditar nisso? Mamãe me dizia para não dar risadas, nem ir ver o rosto do morto, principalmente se fosse gente ruim, senão ele poderia voltar para assombrar. O sino da delegacia tocava pontualmente às 21 horas para todos se recolherem, era uma época bem perigosa. De noite a cidade era iluminada por lampião de querosene – isso a deixava mais sombria.
Foi minha melhor época, mas hoje sou velho, e a cegueira tomou conta dos meus olhos.
Tenho saudade do colorido que hoje só vejo em minha mente através das lembranças do passado. Escuridão é o que eu vejo, mas jamais sairá de mim a magia de recordar.
(Texto baseado na entrevista feita com o sr. Sarkis Ramos Alwan, 41 anos.)
É indescritível a sensação de me deparar com uma publicação dessas, 6 anos depois da construção desse trabalho. Não me aguento de honra!Parabéns pelo blog, ele é sem dúvidas de conteúdo EXTREMAMENTE importante.Ler&Escrever são prazeres que todos nós devemos conhecer. Um beijo bem colorido! Évelin Nascimento
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir